domingo, 11 de novembro de 2012

II . Avaliação pré-concepcional


Além da abordagem contraceptiva e reflexões com o casal que pretende engravidar sobre as mudanças no estilo de vida pelas quais o mesmo está optando,a equipe de saúde instituirá as seguintes ações:

Podem ser instituídas ações específicas quanto aos hábitos e ao estilo de vida:
1) Orientação nutricional visando à promoção do estado nutricional adequado tanto da mãe como do recém-nascido, além da adoção de práticas alimentares saudáveis.



2)Orientações sobre os riscos do tabagismo e do uso rotineiro de bebidas alcoólicas e outras drogas.





3)Orientações quanto ao uso de medicamentos e, se necessário mantê-los, realização da
substituição para drogas com menores efeitos sobre o feto.
4)Avaliação das condições de trabalho, com orientação sobre os riscos nos casos de exposição a tóxicos ambientais.





5) Administração preventiva de ácido fólico no período pré-gestacional, para a prevenção de anormalidades congênitas do tubo neural, especialmente nas mulheres com antecedentes desse tipo de malformações (5mg, VO/dia, durante 60 a 90 dias antes da concepção);




6) Orientação para registro sistemático das datas das menstruações e estímulo para que o
intervalo entre as gestações seja de, no mínimo, 2 (dois) anos.




7)Em relação à prevenção e às ações que devem ser tomadas quanto às infecções e a outras doenças crônicas, são consideradas eficazes as investigações para:
Rubéola e hepatite B: nos casos negativos, deve-se providenciar a imunização previamente à gestação;
Toxoplasmose: deve-se oferecer o teste no pré-natal;
HIV/Aids: deve-se oferecer a realização do teste anti-HIV, com aconselhamento pré e pósteste.
Em caso de teste negativo, deve-se orientar a paciente para os cuidados preventivos. Já
em casos positivos, deve-se prestar esclarecimentos sobre os tratamentos disponíveis e outras orientações para o controle da infecção materna e para a redução da transmissão vertical do HIV. Em seguida, deve-se encaminhar a paciente para o serviço de referência especializado;
• Sífilis: nos casos positivos, deve-se tratar as mulheres e seus parceiros para evitar a evolução da doença, fazer o acompanhamento de cura e orientá-los sobre os cuidados preventivos para sífilis congênita.

  • Para as demais DST, nos casos positivos, deve-se instituir diagnóstico e tratamento no momento da consulta (abordagem sindrômica) e orientar a paciente para a sua prevenção. 
  • Deve-se também sugerir a realização de exame de eletroforese de hemoglobina se a gestante for negra e tiver antecedentes familiares de anemia falciforme ou se apresentar histórico de anemia crônica.

É importante, também, a avaliação pré-concepcional dos parceiros sexuais, oferecendo a testagem para sífilis, hepatite B e HIV/Aids. 

A avaliação pré-concepcional tem-se mostrado altamente eficaz quando existem doenças crônicas, tais como:

Diabetes mellitus: o controle estrito da glicemia prévio à gestação e durante esta, tanto nos casos de diabetes pré-gravídico como nos episódios de diabetes gestacional, bem como a substituição do hipoglicemiante oral por insulina, associado ao acompanhamento nutricional e dietético, têm reduzido significativamente o risco de macrossomia e malformação fetal, de abortamentos e mortes perinatais. Um controle mais adequado do diabetes durante a gestação propicia comprovadamente melhores resultados maternos e perinatais;

Hipertensão arterial crônica: a adequação de drogas, o acompanhamento nutricional e
dietético e a avaliação do comprometimento cardíaco e renal são medidas importantes
para se estabelecer um bom prognóstico em gestação futura;
Epilepsia: a orientação, conjunta com neurologista, para o uso de monoterapia e de droga com menor potencial teratogênico (por exemplo, a carbamazepina) tem mostrado melhores resultados perinatais. A orientação para o uso de ácido fólico prévio à concepção tem evidenciado, da mesma forma, redução no risco de malformação fetal, porque, nesse grupo de mulheres, a terapia medicamentosa aumenta o consumo de folato;
Infecção pela hepatite B ou C;
Infecções pelo HIV: a orientação pré-concepcional para o casal portador do HIV pressupõe a recuperação dos níveis de linfócitos T-CD4+ (parâmetro de avaliação de imunidade), a redução da carga viral no sangue de HIV circulante para níveis indetectáveis e ausência de DST e infecções no trato genital. Esses cuidados incluem uma abordagem ativa sobre o desejo da maternidade nas consultas de rotina, o aconselhamento reprodutivo e o oferecimento de todas as estratégias que auxiliem a gravidez com menor risco de transmissão do HIV. Nas ações de prevenção da transmissão vertical durante toda a gravidez, no parto e no pósparto, deve-se incluir o uso de antirretrovirais na gestação, o uso de AZT no parto e para o recém-nascido exposto e a inibição da lactação, assim como a disponibilização da fórmula láctea, a fim de permitir circunstâncias de risco reduzido para a mulher e para a criança;
Doença falciforme: a gestação na doença falciforme está associada com um aumento de
complicações clínicas materno-fetais, independentemente do tipo de hemoglobinopatia. A
gravidez pode agravar a doença, com a piora da anemia e o aumento da frequência e da
gravidade das crises álgicas e das infecções.
A avaliação pré-concepcional também tem sido muito eficiente em outras situações, como nos casos de anemias, carcinomas de colo uterino e de mama.
A história clínica objetiva identificar situações de saúde que podem complicar a gravidez,

como diabetes pré-gestacional, a hipertensão, as cardiopatias, os distúrbios da tireoide
 e os processos infecciosos, incluindo as doenças sexualmente transmissíveis (DST).

























 









   










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